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segunda-feira, outubro 30, 2006

Dica da Semana - Manowar - Battle Hymns (1982)

Saído das profundezas e da escuridão, o Heavy Metal têm sua origem ligada a um hard rock mais vigoroso com uma pitada de death punk e nessa mistura de “raças”, poucas bandas conseguiram sobreviver fazendo som forte e autêntico sem perder a personalidade como o Manowar.

Discute-se muito se a origem do heavy se deu através do Blakc Sabbath, de Alice Cooper, Iron Maiden ou do Lef End, porém em 1980 nascia uma banda que iria perpetuar as origens do estilo sem perder sua essência.

Com letras fortes, compostas principalmente pelo baixista Joey Demaio, o grupo traz histórias relacionadas a guerras, temas medievais, cerveja, mulheres e motos. Seu som pesado, recorde de 129 decibéis como a mais barulhenta do planeta, é impulsionado pelo bumbo mais rápido do mundo de Scott Columbus e guitarra irada de Karl Logan que substituiu o lendário Ross “The Boss”. Os vocais estridentes e inconfundíveis de Eric Adams o caracterizam como o “tenor” do heavy, sendo que o artista chegou até a gravar a clássica “Nessun Dorma” de Giaccomo Puccini, além de outras composições de forte poderio vocal.

A banda sempre se caracterizou em seus shows e nas capas de seus álbuns por uma postura que faz lembrar o guerreiro Conan, uma alusão à força e ao poder que o grupo tem em arrebentar com tudo através do seu som que oscila entre uma metralhadora furiosa e uma bateria antiaérea.

Em seu primeiro trabalho “Battle Hymns”, lançado em 1982, a banda saída de Nova York sai quebrando tudo e mostra ao mundo um novo estilo de fazer metal, diferente do Journey (considerado o metal da época), onde a força da bateria e do vocal não eram essenciais. O álbum conta com músicas que até hoje fazem parte do repertório de shows da banda, como “Metal Daze” e “Manowar” e ganha posto de clássico do rock através de um dos seus maiores sucessos “Battle Himns”. A marcante participação especial do diretor e produtor Orson Welles na narração de “Dark Avenger”, dá uma importância ainda maior ao som do Manowar e ao seu primeiro trabalho. Clássico do Heavy Metal, é um item indispensável para colecionadores e amantes do estilo.

Membros:

Eric Adams – Vocais
Joey Demaio – Baixo
Ross, “The Boss” - Guitarra
Donnie Hanzik - Bateria

sexta-feira, outubro 27, 2006

A galinha dos ovos de ouro

Poucos músicos conseguiram, ao longo de suas carreiras, definir uma meta e alcançar seus objetivos profissionais como Gregg Alexander. Com certeza você deve estar se perguntando: quem é esse tal de Gregg Alexander?
Bem, ele é o vocalista, compositor e líder dos New Radicals. Agora você se pergunta: mas essa banda não lançou apenas um álbum e fez sucesso só com a música “You Get What You Give”?

Tudo está correto, porém por traz da ilusão de que a banda foi um enorme fracasso ou se desfez por alguma briga ou falta de gravadora está a mente visionária de Gregg, que planejou montar uma banda, produzir seu próprio álbum e depois de tudo isso desfrutar a aposentadoria com milhões de dólares no bolso. O próprio sonho de adolescente.

Saído de Michigan, seu primeiro trabalho solo foi de pouca expressão, intitulado “Save Me From Myself”, de 1989. Em 1992, ele lança mais um álbum fraco, “Intoxifornication”. Descrente sobre sua carreira como cantor, o músico passa a compor para outros artistas da pop music como Belinda Carlisle, Melanie Williams. Fez músicas também para um conjunto californiano formado apenas por mulheres, o “The Bangles”, mas o desejo de ter sua própria banda sempre atormentava sua carreira.

Daí surge a idéia de juntar vários amigos músicos, desconhecidos do grande público, e formar um conjunto que viria a se chamar New Radicals. Seu projeto é levado para a MCA Records e Alexander faz a promessa de ganhar 1 milhão de dólares com um disco produzido por ele próprio. Mesmo não tendo uma boa aceitabilidade pelo público com seus dois primeiros trabalhos, a gravadora investe no álbum, e em 1998 é lançado “Maybe You've Been Brainwashed Tôo”, trabalho com um estilo pop rock bem definido e que em certos momentos faz lembrar o som dos australianos do INXS

De cara, o álbum coloca o New Radicals no topo das paradas musicais com “You Get What You Give", carro-chefe do cd, que consegue rapidamente ganhar disco de platina e alcançar o top 36 da Billboard e o top five no Reino Unido.

Com uma postura contestadora e irônica, Alexander expõe na música várias críticas ao show business e artistas do pop rock quando diz: “Give Fashion mag shoots/ With the aid of 8 dust brothers Beck, Hanson/ Courtney Love and Marilyn Manson/You're all fakes/ Run to your mansions” . Além disso, chuta o balde ao chamar todos pra briga: “Come around / We'll kick your ass in!”

Assim, os New Radicals entram para um grupo seleto formado por artistas que fizeram suceso com apenas uma música, os chamados “One Hit Wonders”. Ao seu lado estão Extreme, Oingo-Boingo, The Artchies, Europe, Survivor, porém se engana quem acredita que a banda teve apenas uma música famosa. “Someday We'll Know" foi uma balada mais leve que também agradou o público e sustentou as vendas do álbum por mais tempo.

Após várias cópias vendidas em todo o mundo, o visionário Gregg ficou realmente milionário e decidiu encerrar a banda para seguir projetos pessoais. A imprensa até cogitou um retorno dos New Radicals porém o músico agora se dedica apenas a compor em parceria a artistas renomados como Enrique Iglesias e Santana com que produziu "The Game of Love”, canção vencedora do Grammy de 2003.

Gregg Alexander e os New Radicals ganharam na loteria ao acertarem a fórmula para estourar na mídia através de sua pop music. Foi como dormir pobre e acordar endinheirado depois de um sonho envolvendo uma banda de rock e uma música contagiante. A banda se foi, mas sempre que “You Get What You Give" tocar, alguém irá se lembrar de um grupo de amigos que se juntaram para faturar um milhão de dólares e conseguiram até mais, escreveram seu nome na história da música.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Da queda à idolatria

Voar sempre pareceu algo corriqueiro para a maioria dos artistas que fazem shows em diferentes regiões e que não podem desperdiçar tempo para viajar de uma cidade para outra de ônibus ou trem. O meio de transporte mais seguro, rápido e eficaz já inventado pelo homem é muitas vezes a segunda casa de músicos que estão em turnê ou divulgam incessantemente seu trabalho.


Assim como o avião pode encurtar a distância entre dois pontos, ele também ocasionou tragédias que marcaram a história do rock e puseram um ponto final nas carreiras promissoras de alguns artistas.

A vinte e oito anos atrás uma tragédia que envolveu um avião Convair e uma banda saída de Jacksonville, Flórida, tirou a vida de três jovens músicos que estouravam nas paradas norte-americanas. Estou falando do Lynyrd Skynyrd, grupo de southern rock formado em 1972, que contava com o talento do vocalista, compositor e líder do grupo, Ronnie Van Zant.

Sua repentina ascensão na década de 70 foi consolidada através de sucessos marcantes como “Gimme Back My Bullets”, “Free Byrd”, “That´s Smell” e principalmente “Sweet Home Alabama”, uma das músicas mais ouvidas no mundo.

A inovação trazida por esses “caipiras” da Flórida estava no fato da banda ser o primeiro grupo de rock a tocar com três guitarristas simultâneas já a partir de seu primeiro álbum “Pronounced Leh-Nerd Skin-Nerd” de 1973.

Tipicamente americana e com fortes influências do blues e country, o Lynyrd Skynyrd produziu mais quatro álbuns até 1977, “Second Helping”(1974), Nuthi´n Fancy(1975), "Gimme Back my Bullets"(1976) e “Street Survivor”(1977).

Em 20 de outubro de 1977 o avião do grupo, um Convair 240, partia do estado do Mississipi em direção a Louisiana, quando por falta de combustível caiu em um pântano na cidade de Gillsburg. O vocalista Ronnie Van Zant, o guitarrista Steve Gaines e o empresário da banda Dean Kilpatrick morreram na hora. A irmã de Gaines, Cassie, também morreu no acidente onde mais cinco pessoas sofreram graves lesões.

Passado o trauma, o grupo voltou à ativa em 1991 sob a batuta de Jhonny Van Zant, irmão do ex-vocalista. O grupo regravou clássicos da banda, mas não teve a mesma projeção obtida pela formação original.

Falando em desastres aéreos, não é possível deixar de citar a morte do jovem músico Ritchie Valens. Com descendência mexicana, o músico nascido em Pacoima, Califórnia, era considerado por muitos, como um dos maiores nomes do rock dos anos 50, ao lado de Elvis Presley, Buddy Holly e Little Richard.

Com uma trajetória meteórica, Valens compôs, em apenas um ano de carreira, sucessos como “Donna”, "Ritchie's Blues”, “Come on let´s go” e seu maior hit “La Bamba”. Por ironia do destino, o gosto de virar uma estrela durou pouco para o garoto saído dos subúrbios de Los Angeles e no dia 2 de fevereiro de 1959 o avião monomotor Beechcraft Bonanza ,em que viajava acompanhado do músico Buddy Holly,caiu durante uma tempestade de neve logo depois de decolar do aeroporto de Clear Lake, Iowa, matando o cantor de apenas dezoito anos.

Além de Ritchie, Buddy Holly, ídolo do rockabilly e um dos pais do rock and roll, autor de canções com "That'll Be The Day", Peggy Sue" e "Not Fade Away", também faleceu, destruindo em uma viagem a carreira de dois "monstros" da música.

Há pouco tempo o vocalista do Motorhead, Lemmy Kilmister, citou Ritchie Valens ao falar de uma turbulência que pegou em um vôo no México: “Por um momento vi a imagem de Valens na minha frente, mas por sorte de tudo certo e o piloto pousou com tranqüilidade”. Entre vários músicos, é comum reverenciar Ritchie durante a decolagem e após a aterrissagem de aeronaves de turnê.

As tragédias ocorridas com Ritchie Valens e o Lynyrd Skynyrd deixaram um vácuo em suas carreiras e permitiu aos fãs imaginar o que estes brilhantes músicos teriam criado caso suas trajetórias não fossem subitamente encerradas. Um vôo que partiu do sucesso em direção a imortalidade que foi alcançada com a valorização de suas obras após os desastres.Uma mística pairou sobre as causas dos desastres e seus álbuns passaram a ser mais procurados ainda, gerando uma enorme idolatria pós-morte e muitas lendas em torno dos incidentes.

Já dizia a frase:“Para um ídolo ficar eternamente na memória de seus fãs, ele deve morrer no momento em que sua carreira chegar ao ponto mais alto”. E foi do alto que o rock perdeu duas de suas maiores referências na música dos anos 50 e 70.

Dica da Semana - Sister Hazel - Sister Hazel(1994)

Com doze anos de estrada, o Sister Hazel já pode ser considerado uma banda bem consolidada dentro do cenário do pop-rock mundial. Isso se deve ao grande sucesso que o grupo foi conquistando ao longo de sua carreira, principalmente dentro dos Estados Unidos.

Formado por cinco amigos, a banda saiu da Florida para ganhar o mundo e hoje possui várias músicas incluídas em trilhas sonoras de filmes como “O Endiabrado” e “As 10 coisas que mais odeio em você”.

Seu som é uma mescla de estilos como blues, country, folk e reggae, e coloca o conjunto dentro de uma tendência do rock adolescente americano, como bandas como Blues Traveler e Counting Crows, que procuram fazer de um som alegre e bem resolvido.

A banda, que possui cinco álbuns, o último lançado este ano com o nome de "Absolutely", entrou para o cenário musical em 1994 com um trabalho auto-intitulado que logo ganhou visualidade, principalmente por parte do público adolescente.

O álbum conta com um dos maiores sucessos da banda, "All for you", que foi posteriormente regravada no seu segundo trabalho "Somewhere more Familiar", chegando à décima primeira posição no ranking americano de 1995.

Sua pegada reggae pode ser notada na faixa "Little Things", assim como o country-folk de "Will not Follow" e "Used to Run", ambas com inserções de gaita e um toque western. A primeira composição da banda, "Fill it", também é a primeira faixa do álbum, que conta também com uma homenagem a Sam Cooke, que compôs o sucesso dos anos 60 "Bring it on Home", regravada pelos Animals e que fecha o primeiro trabalho do Hazel. Rock jovem e inspirador.

Membros:

Ken Block – vocais , guitarra acústica
Jett Beres - baixo
Andrew Copeland - guitarra, vocais
Ryan Newell – guitarra base
Mark Trojanowski - bateria

terça-feira, outubro 17, 2006

Poem History - The Who


Eu posso ver de longe (I Can See for a Miles) que o mundo está mudando.Infelizmente, mudando pra pior. Está ficando mais perigoso (Dangerous). Mais sombrio. Mais desgastado.
Nós vivemos hoje entre o céu e o inferno (Heaven and Hell).Entre o bem e o mau. O amor está acabando (Love is Coming Down) e ninguém faz nada pra mudar as coisas. A ganância e a ignorância destroem nosso mundo e nossos corações. Por mais que lutemos contra a pobreza e a injustiça, pouco conseguimos mudar (Too much of Anything).Tommy, você acha que isto é certo? (Do You Think It´s Alright?)
Tiros, bombas, mísseis. Faíscas (Sparks) de um mundo violento e intolerante. Somos vítimas do poder, do dinheiro, dos negócios (Bargain). Morremos aos poucos.
O ar que respiro não é mais o mesmo. A água (Water) que bebo não é mais a mesma. Até meu sorriso não é mais o mesmo. Olho o mundo a minha volta e pergunto: Quem é você? (Who are You?) O que você se tornou?
Choro ao ver aonde chegamos. Meu avô dizia que um homem é um “homem”(A Man is a Man) e por isso não deveria chorar. Eu não concordo! Chore também, se quiser! (Cry if You Want) Chorar é a maneira mais pura e fácil (Pure and Easy) que podemos expressar a dor da perda, da revolta, da insatisfação com o que fizeram com nosso mundo.
Certa vez, um mago (Pinball Wizard) e uma rainha (Acid Queen) vieram até mim e disseram para eu sempre acreditar nas crianças, pois as crianças sempre estão certas. (The Kids Are Alright) Elas são o futuro. A esperança. Elas são os substitutos (Substitute) da nossa geração (My Generation). Só elas podem consertar o que fizemos de errado. Por trás de seus olhos azuis (Behind Blue Eyes), verdes e castanhos, se esconde uma enorme força que irá salvar a humanidade. Eu sei que é difícil (It´s Hard), mas acredite!
Eu sou apenas um só (I´m One) no meio da multidão. Mal conheço a mim mesmo (I Don´t Even Know Myself), quanto mais o resto do mundo. Só sei que está tudo errado. Ainda bem que ainda sou livre (I´m Free) e você também. Precisamos fazer algo rápido!
Tommy, você pode me ouvir? (Tommy Can You Hear Me?) Se puder, pegue logo suas coisas e fuja para bem longe. Corra, corra, corra (Run,Run,Run) e não olhe para trás (Don´t Look Away). O som pode ter terminado (The Song is Over) mas a esperança de um mundo melhor ainda vive com você. Acredito em você! Salve-nos, Tommy!

quinta-feira, outubro 12, 2006

Atrás da porta, o fim

A excentricidade e a busca por provações que fogem do conceito de normalidade, foram um diferencial entre vários artistas, não restringindo isso apenas ao campo musical. A tendência em vivenciar conflitos internos cada vez mais intensos, permitiu com que muitos deles conseguissem alcançar um grau altíssimo de degradação física e psicológica, sustentada por intermédio de drogas, álcool e outros combustíveis viciantes.

Muitos músicos procuram nas drogas a fonte para inspiração de sua arte. Keith Richards, declaradamente viciado em maconha declara abertamente: ”Nunca tive problemas com as drogas. Tive problemas com a polícia.”, e completa “O segredo da minha longevidade é o fato de usar drogas de qualidade”.

Não haveria espaço neste blog para comentar sobre todos os músicos envolvidos com entorpecentes, mas um em especial supera todos os limites da auto destruição: Jim Morrisson.

Há quem diga que para um ídolo ficar eternamente na memória dos fãs ele precisa morrer no auge de sua carreira, e Jim fez isso muito bem! Após o sucesso obtido com sua banda em primeiro álbum, auto entitulado “The Doors”, de 1967, Jim iniciou uma seqüência de provações, cada vez mais destrutivas, envolvendo forte uso de ácidos barbitúricos e álcool.

Rebelde sem causa? Deixo a pergunta no ar para o leitor chegar as suas próprias conclusões ao final deste texto.

Morrisson cresceu na Califórnia em uma família de classe média. Durante sua a infância, contou com a ausência da figura seu pai, que participou como piloto de aeronaves durante a Segunda Guerra Mundial.

Quando tinha quatro anos, presenciou um acidente que marcou sua vida. Vários índios que trabalhavam como “bóias-frias” morreram durante o choque de dois caminhões em uma estrada que liga Santa Fé a Albuquerque. A imagem da tragédia ficou para sempre na mente de Jimbo, que descreve o momento como “o mais importante de toda sua vida”. Daí, parte seu lado espiritualizado, envolvido com o xamanismo e a cultura indígena.

Mesmo ausente, seu pai, George S. Morrisson, quando estava por perto, buscava se aproximar de Jim, que agia de maneira arredia e não permitia um entendimento familiar. Sempre agiu como seus pais estivessem “mortos”, porém eles eram figuras com carreiras estáveis e respeitáveis (a mãe de Jim era funcionária pública), consumidores do “american way of life”.

Morrisson ingressou na faculdade de arte e cinema da Universidade da Califórnia em Los Angeles. Lá encontrou um ambiente que lhe permitiu aprimorar seu conhecimento literário para expor seu pensamento contrário ao mundo em que vivia. Sua fonte de inspiração estava em obras de poetas franceses e no romancista William Blake, um escritor inglês radicado nos Estados Unidos, tido como o pai do romance cerebral, com livros onde expõe seu ceticismo quanto ao futuro do mundo, e que são repletos de considerações morais. Seu romance, “As portas da percepção”, inspirou Morrisson até no nome da banda.

Jim não respeitava limites. Durante seus shows, arrotava no microfone, xingava o público e chegou até a mostrar seu pênis para a platéia em Miami. O constante uso de álcool e ácidos, antes e depois de suas apresentações, o levaram para a delegacia várias vezes. Seus próprios companheiros deixam bem claro a admiração pelo talento do cantor e compositor, porém, quanto ao seu comportamento os três doors são unânimes “Ele estava nos frustrando com sua autodestruição”, ressalta o baterista John Desdenmore.

Para quem dizia que se via como “um cometa enorme e feroz” ou dizia:"Sou o Rei Lagarto, posso fazer tudo", Jim mostrava seu definhamento moral e físico. Em 1969, após o lançamento de “The Soft Parade”, álbum sem muita inspiração, Morrisson reaparece barbudo e gordo, trazendo na sua imagem o retrato de sua decadência. Os críticos acreditavam que os Doors estavam no fim, porém Morrison Hotel (1970) e L.A. Women (1971) resgatam o prestígio e as raízes blues da banda.

Após as gravações do último álbum, Morrisson decide viajar para Paris, onde busca se encontrar com seu lado mais poético. No dia 3 de julho de 1971 é encontrado morto em uma banheira, por sua namorada Pámela Courson. O cantor, que renegou a presença de seus pais durante toda sua carreira também foi desprezado por eles, e acabou sendo enterrado em Paris mesmo.

O que Jim fez do seu corpo através de suas viagens lisérgicas é o que muitos até têm vontade de fazer mas não possuem coragem para concretizar. Seu desgosto pelas contradições do mundo em que vivia, seus conflitos internos e a negação de sua família fizeram com que ele se isolasse em uma redoma, caminhando sozinho rumo a uma porta que o levou ao fim, como no conto “A porta na parede” de H.G. Wells, onde um homem, na busca por um mundo mágico e repleto de maravilhas, acaba por encontrar a morte ao transpor uma porta amaldiçoada.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Flash




O Rush inicia a produção de um novo trabalho em estúdio, com previsão de lançamento para 2007. O trio canadense ainda não definiu o título do álbum , mas já possui nove composições de um total de doze, como prevê o guitarrista Alex Liffeson.



Outra banda que também têm lançamento marcado para 2007 é o The Who. Mesmo sem metade da formação original, após as mortes de Keith Moon e John Entwhistle, a banda inglesa vai para estúdio e prepara o álbum "Endless Wire". Faixas como "Mike Post Theme" ,"Man in a Purple Dress", "Wire and Glass", com seus 29 minutos da versão completa, estarão no lançamento. O grupo ainda pretende sair em turnê pelo mundo e shows na América do Sul são cogitados. Pete Townshend e Roger Daltrey, mesmo com uma aparência mais "cansada", fruto da idade avançada, contiuam fazendo um som de primeira e contam com o baixista Pino Palladino, John "Rabbit" Bundrick nos teclados, Simon Townshend, guitarrista e irmão de Pete, e o baterista Zak Starkey, filho do beatle Ringo Starr.



O Black Sabbath busca voltar à atividade e boatos contam que Ronnie James Dio foi convidado por Tommi Iomi para voltar aos vocais da banda. Fora do grupo desde o álbum "Dehumanizer" de 1992, Dio é o mais cotado para substituir Ozzy Osborne no grupo que conta com sua formação original, com o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward. O único problema do retorno do Sabbath é o próprio nome da banda, que por problemas legais envolvendo gravadoras e o próprio Ozzy, pode retornar com o nome de "Heavens and Hell", nome da canção que consagrou Dio pelo grupo em 1980.



O grupo inglês The Cult fará shows no Brasil no final do ano. Com a presença do vocalista Ian Astbury e do guitarrista Billy Duffy, membros fundadores, a banda passará em dezembro por São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Dica da Semana - Triumph - Rock and Roll Machine (1977)

Com um som que está entre o hard e o progressivo, a banda canadense Triumph, se coloca entre uma das mais influentes do final dos anos 70.

Formado em Toronto em 1975,o grupo está ao lado de bandas com Rush e Saga como difusoras do bom rock canadense. Trio formado pelo baterista Gil Moore , o baixista Mike Levine e o excelente guitarrista e volcalista Rick Emmet.

Descrito pelos seus próprios integrantes como uma banda que flutua entre Emerson, Lake and Palmer e The Who, o conjunto mistura uma pegada forte de bateria, caracterista do hard rock, com um estilo psicodélico.

Após o lançamento do seu primeiro álbum "In the Begginig", em 1976, o trio canadense parte para uma linha mais voltada para o progressivo e grava "Rock and Roll Machine" em 1977.

Logo na faixa de abertura, a explosiva "Takes Time" dá o tom do álbum, cheio de pegada e solos potentes, algo que pode ser verificado também em "Little Texas Shaker" e na faixa título, "Rock and Roll Machine".

"Rocky Mountain Way", regravação do clássico de Joe Walsh, é uma canção que puxa para o blues sem perder o toque hard, dando uma quebrada na pegada semi-progressita do álbum.

Tanto em "New Yor City Streets"partes 1 e 2 com em "Bring it Home", características progressistas se mostram evidentes, influência talvez dos compatriotas do Rush, já que em alguns momentos é possível encontrar traços da voz de Geddy Lee, vocalista do Rush, nos agudos emanados por Emmet. Em "New York City Streets", Emmet fala sobre o cotidiano de uma cidade cheia de beleza e impessoalidade; onde é cada um por si, "Here is new york town baby, You don't trust no-one".

Por fim, a clássica "City", dividida em três partes:As intrumentais "War March", melodia de certa forma melancólica e "El Duende Agonizante", uma música flamenca dedilhada de forma magnífica por Emmet em seu violão. Fechando, "Minstrel´s Lament", uma viagem psicodélica com uma batida pulsante, caracterísca de Gil Moore.

A banda ainda lançaria mais 13 álbuns e hoje comemora seus 31 anos de carreira.Vale a pena conferir "Rock and Roll Machine"!

Deuses Pagãos

Por trás de inumeros acordes, solos e riffs, existe um ser poderoso e peculiar dentro do universo do rock: o guitarrista. Esse indivíduo, tão reverenciado e aclamado, é o progenitor de sonhos, aquele que concretiza solos inimagináveis, harmoniza da forma mais completa a melodia e quando consegue agregar técnica com atitude acaba por se tornar praticamente um deus do rock.

Vários deles surgiram durante os quase sessenta anos do rock. Nomes como Jimmy Page. Jimi Hendrix, Tommy Iomi, Richard Blackmore, Jeff Beck, Buddy Guy, Carlos Santana, Eric Clapton, Peter Townshend entre tantos outros, fizeram com que o posto de guitarrista se torna-se algo sobre-humano, superior aos demais instrumentistas do rock.

A idolatria da guitarra faz com que o homem por trás dela se torne uma encarnação do espírito do rock, aquele que tem o poder de materializar sons que o público sempre quis ouvir. Hendrix por exemplo dizia: "Meu negócio não é falar, mas sim tocar", evidenciando que a manifestação dos seus riffs e solos podem dizer muito mais do que suas letras. Já Jeff Beck sempre buscou um jeito mais "selvagem" de tocar, angariando fãs do seu estilo "quebra tudo". Ritchie Blackmore, ex-Deep Purple,considera que o músico tem sempre que se aperfeiçoar e improvisar para não cair na mesmisse:"Eu acho o blues muito limitado.Com todo respeito ao BB King,você não pode tocar apenas quatro notas e se sentir completo."

A verdade é que as seis cordas da guitarra têm o poder de mexer com o ego dos réles mortais. Paul Stanley do Kiss, revelou em uma entrevista:"Sou um Deus, mas sou um deus humilde!", mostrando como o sucesso pode subir à cabeça, mesmo em tom de ironia.

Estrelismos à parte, os guitarristas em geral são muito complexos. Eles se odeiam ao mesmo tempo que se amam. Muitos elogiam o trabalho e a influência dos principais nomes, como no caso de Carlos Santana quando se refere à Jimmi Page, fundador do Led Zeppelin: "Ele tem um total senso de visão. Ele é o Stravinsky da guitarra". Ozzy Osborne elogia seu ex-companheiro de banda, Randy Rhoads, da seguinte forma:"Muitos guitarristas vêem a guitarra como uma extensão do seu pênis. Randy Rhoads via a guitarra como uma extensão do seu corpo!"
Em contra-partida, se Eddie Van Halen cruzar o caminho de Ace Frehley do Kiss, é capaz do dois sairem no tapa devido à tanta mágoa e críticas desferidas um contra o outro.

Em meio à modelos como Gibson. Fender e Jacksons, os guitarristas estão sempre buscando a perfeição dentro das distorções,dos solos e acordes, porém o que transforma eles em seres especias é sua atitude. É o ato de empunhar o instrumento com tesão e mostrar para o público que aquilo que estão tocando é algo único, feito de forma sincera do artista em retribuição à admiração do seu fã. É a exteriorização do mito descrito por Roland Barthes através da mensagem implícita em seus atos; um misto de competência e rebeldia.

O que seria do rock sem os excêntricos guitarristas? Em um tom de conselho, finalizo com as sábias palavras do autêntico Frank Zappa "Esporte é droga. Pratique guitarra!"

terça-feira, outubro 03, 2006

O Rock tem salvação

Quem pôde despender de mais de R$ 150,00 reais para assistir o show da banda escocesa Franz Ferdinand no último dia 17 de setembro, durante o Moto Mix Art Music 2006, com certeza, se possuísse outros cento e cinquenta reais no bolso, sairia e pagaria de novo a entrada.

Com uma apresentação que beirou a nostalgia e dislumbrou o público, o Franz mais uma vez provou que é uma das melhores bandas de rock da atualidade.

Tocando seus sucessos como "Walk Away", "Take me Out","Jacqueline", "This Boy" entre outras, os fãs ainda tiveram o privilégio de escutar ,em primeira mão, duas novas canções que serão incorporadas no novo álbum ,ainda sem título definido.

Esse tipo de apresentação é algo que faz, nós que somos amantes do bom e velho rock, nos sentirmos esperançosos com o futuro da música, pois a decadência na formação dos músicos e a disseminação de estilos dessonoros e com pouco técnica põem o rock em um quadro que beira à UTI.

Saudosismos a parte, se formos vasculhar a música dos anos 50,60 e 70 encontraremos inúmeros argumentos para esboçar que nessas épocas a qualidade sonora era muito superior à desempenhada hoje em dia, não só nos temas abordados nas suas letras, como liberdade, paz e amor, mas na composição das melodias; na valorização do talento acima de tudo. Até nos esquisitos anos 80 podemos encontrar inspiração como os ingleses do The Police e The Cure, estilos antagônicos mas com personalidade ímpar.

Não que eu seja totalmente contra o hard core ou o emo core(estilos predominantes atualmente), muito pelo contrário! Ouço e penero o que há de bom, mas vejo um surgimento desenfreado de músicos sem técnica, sem talento e com pouca inspiração em fazer arranjos de qualidade ou músicas com profundidade.

Criticar a música contemporânea foi sempre uma máxima. Até o Led Zeppelin e os Beatles foram criticados nas suas respectivas épocas, porém seu legado está presente até hoje. O mesmo não consigo vislumbrar para bandas como My Chemical Romance ou Good Charlotte, que estão no top ten das paradas, mas que não fariam falta para o rock.

O fato não é o som ter ficado mais simples. Ramones tocava de maneira simples e era sensasional. A música hoje em dia esta ficando empacotada. Igual. É difícil distinguir CPM22 de Detonautas. Culpa do pop! Culpa da mídia!

O que anima o roqueiro tradicional, aquele que curte um belo solo de guitarra, uma bateria técnica e não tão surrada, gosta de um som limpo e não um monte de chiado, são bandas que tentam resgatar no passado, influência para a sua música. Daí, podemos ver a luz no fim do túnel.

Bandas como Strokes, Jet, Franz Ferdinand, White Stripes, Radiohead e Cold Play, tem suas raízes regadas pelo melhor estilo do rock através da experimentação, do aperfeiçoamento, da busca pelo algo a mais; o fora do convencional.

O Strokes, por exemplo, tem visíveis influências associadas com o Velvet Undergroud, Blondie, The Clash e até The Doors. O Cold Play, por outro lado, traz em seu som marcas também verificadas nas composições do Pink Floyd, Flaming Lips e Echo and the Bunnymen, remetendo sempre a um paralelo comparativo entre seu som e o rock vanguardista de 60, 70 e 80. Só esse tipo de influência já permite ao artista ter base para ir além.

Cito também os já consagrados, U2, Oasis e REM, como semeadores de qualidade dentro da balburdia em que a música se encontra hoje. Grupos cinquentões como Deep Purple, Uriah Heep, Yes, Kiss, Pink Floid, Cream, Rolling Stones, Scorpions, The Who e outros, que ainda tentam fazer seu som, não com a mesma intensidade e inspiração do começo de suas carreiras, mas com o peso de quem já escreveu seu nome na história do rock, o que também é importante para a sobrevivência do estilo.

O rock está longe de morrer mas é preciso se atentar para que a influência pop, a mídia e a gravadoras não legitimem a incompetência e a acefalia dos músicos contemporâneos, dando ao público melodias cada vez mais iguais e letras sem sentido algum.

Reitero novamente meu apreço pela apresentação contagiante do Franz Ferdinand em São Paulo e espero que cada vez mais possamos nos orgulhar em ver a qualidade e o talento superar o muro erguido pela mediocridade.